Dica — Sala de leitura: estrutura e recursos
Durante a última semana deste mês de abril, a unidade 1 da Escola
Carlitos, localizada na Santa Cecília, região central de São Paulo,
estará em festa literária. Crianças da Educação Infantil e Ensino
Fundamental I receberão os pais em sessões de contação de histórias,
apresentarão livros de produção própria (1º e 2º anos), farão leituras
de fábulas e crônicas (3º e 4º anos) e terão exposições sobre a história
da leitura, da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e da
recém-reinaugurada Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo. “A ideia é
que os alunos vivenciem a prática social da leitura que existe nas
feiras literárias, em que os autores leem trechos de suas obras”, afirma
Laura Piteri, diretora pedagógica do Ensino Fundamental I.
Segundo Laura, a Escola Carlitos sempre deu prioridade à valorização e
ao desenvolvimento do hábito da leitura em seus 30 anos de história.
Desde a Educação Infantil, as crianças assistem a uma aula semanal na
biblioteca e, conforme o ciclo escolar, escutam histórias produzidas
pelas professoras, desenvolvem uma interpretação pública das obras que
leem, “atividades que têm a finalidade de desenvolver o gosto pela
leitura”. Neste sentido, a instituição oferece uma boa infraestrutura
física e de recursos, “com ambientes convidativos, agradáveis, bem
iluminados, organizados e limpos”, diz Laura Piteri.
Segundo a diretora, há três bibliotecas na escola (Cecília Meirelles,
Tatiana Belinky e o Centro de Documentação) que oferecem um acervo
bastante diversificado, com vários exemplares da mesma obra,
classificados e disponibilizados de forma a que as crianças possam
localizá-los. As bibliotecas têm ainda espaços apropriados para o
compartilhamento da leitura, como uma sala anexa tipo “arena” no espaço
Tatiana Belinky, do Fundamental I. Na Educação Infantil, a biblioteca
Cecília Meirelles traz diversas poltronas pequenas, “arrumadas em
círculos”, com caixas e estantes de livros também adaptados ao tamanho
das crianças. E no Fundamental II, “um ambiente mais despojado”,
contíguo ao Centro de Documentação, oferece pufes e tapetes para que os
adolescentes “se esparramem” e apreciem um acervo especial de histórias
em quadrinhos.
Os ambientes favorecem o compartilhamento da leitura, trabalhando “as
habilidades de escutar a língua escrita, de dialogar, dividir emoções,
ler e construir sentidos, escrever e registrar uma história”, observa a
diretora. Para o roteirista Márcio Araújo, autor de vários episódios do
Cocoricó, programa infantil produzido pela TV Cultura e premiado pela
Unesco, uma das boas alternativas para as escolas são os chamados
“varais literários”, em que o aluno disponibiliza para o colega uma obra
que tenha acabado de ler, deixando ainda seus comentários em murais.
Formado em Artes Plásticas, Márcio Araújo trabalhou em escolas e
ainda hoje participa de bate-papos com estudantes, especialmente sobre
sua mais recente obra, “Figurinha Carimbada” (Editora Escrituras –
Girafinha, 2008), livro infanto-juvenil indicado ao Prêmio Jabuti e
distribuído a todas as bibliotecas públicas do País pelo Plano Nacional
do Livro e Leitura (PNLL).
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