Dica — Ensino de Artes: Estrutura e Recursos
Para colocar a “mão na massa” e dar vazão à criatividade.
A arte é componente obrigatório do currículo do Ensino Fundamental e
Médio previsto pela LDB, de 1996, e não há como ensiná-la sem que se
coloque “a mão na massa”, sem que se estimule, simultaneamente, “a
criação e recriação”, o que demanda equipe preparada, infraestrutura e
“prática pedagógica”. “Ao montar o seu planejamento, é imprescindível
que a escola determine um espaço apropriado para que o professor possa
trabalhar com cores, movimento e materiais como argila”, exemplifica
Regina Travassos, supervisora de ensino em São Vicente, ex-professora da
rede estadual. Graduada em Artes, Música e Pedagogia, Regina explica
que a área se divide em três grandes formas de expressão: as artes
plásticas (como escultura, pintura, gravura e colagem), as cênicas
(apresentações teatrais, produção de filmes etc.) e a musical (clássica,
popular e instrumental).
Nas artes plásticas, um ambiente que dê liberdade ao professor para
propor diferentes atividades deve contar com bancadas, pias com “duas a
três torneiras”, “cantos da fantasia ou de sucata” (com a recriação de
cenários que estimulam a imaginação das crianças), e locais de exposição
das criações, sejam pinturas penduradas em varais ou esculturas
apoiadas sobre o mobiliário. No segmento musical, como as aulas de canto
coral, é preciso outro tipo de espaço, separado das salas de aula,
permitindo o “barulho”, ou seja, o trabalho “em cima das vozes”. O mesmo
é válido para as atividades cênicas.
“A arte tem um movimento próprio e mesmo que se aborde, por exemplo, a
sua história, é importante introduzir atividades com argila,
relacionando-a à pré-história, ou mosaicos, típicos da arte medieval.
Esses materiais estabelecem uma conexão com os períodos”, observa
Regina, lembrando que o aluno aprende se puder “ver, escutar, sentir e
fazer”. “A arte propicia isso, desenvolve a criação e deveria ser o
pilar central da aprendizagem.”
Esta é característica do projeto pedagógico do Colégio Hugo Sarmento,
instituição nascida há 45 anos na zona Oeste de São Paulo. Com 380
alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, a escola transformou seus
1.200 metros quadrados de área construída em “1.200 metros quadrados de
exposição dos trabalhos dos estudantes”, afirma o mantenedor João Mendes
de Almeida Junior. “Esse é o espírito da escola. Todos os projetos
didáticos acabam encontrando, de alguma maneira, uma forma de expressão
artística. São apresentados por meio de maquetes, exposições,
apresentações teatrais e demais manifestações.” Segundo o mantenedor, a
arte é transversal a todas as disciplinas ministradas no Colégio e suas
produções acabam expostas em um evento anual.
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